domingo, 19 de agosto de 2007

II FSNE – Movimentos repudiam a transposicao do Rio Sao Francisco

A caminhada do II Fórum Social Nordestino deixou evidente o repúdio dos movimentos sociais ao projeto de transposição do Rio São Francisco. Uma gigante carranca (símbolo que fica nas proas dos barcos que navegavam o rio) puxava a multidão, que entoava “São Francisco vivo: terra, água, rio e povo!”.

O projeto

Comumente conhecido como projeto da transposição do Rio São Francisco, oficialmente o nome da iniciativa é "Integração da Bacia do São Francisco às Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional". Para a sua realização, está prevista a construção de dois canais – um a Leste, que levará água para Pernambuco e Paraíba, outro na direção Norte, direcionado aos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. Esta obra está inserida no pacote do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC e custará R$ 6,6 bilhões até 2010, R$ 20 bilhões até 2020 e mais R$ 93,8 milhões por ano, de manutenção.

Propostas e alternativas
Alternativas mais eficientes e com menos impacto ao meio ambiente foram apontadas pelos manifestantes. Uma das mais citadas foi o "Projeto de Um Milhão de Cisternas", da Articulação do Semi-árido (ASA) e as 530 obras propostas pelo Atlas Nordeste - Abastecimento Urbano de Água, estudo elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA) que visa melhorar o gerenciamento da água entre os municípios da região. Enquanto a transposição está orçada em R$ 6,6 bilhões, o investimento previsto pelo Atlas é de R$ 3,6 bilhões. A transposição “beneficiaria” 391 municípios em quatro estados nordestinos. Já o Atlas alcançaria 1.356 sedes municipais em Minas Gerais e em todos os estados do Nordeste. Para o meio rural, existem cerca de 144 tecnologias, a maioria testada pela ASA. Construção de barragens subterrâneas, poços, barreiros e caldeirões de pedra também foram propostas como alternativas ao projeto. De acordo com Luiz Carlos Mandela, da Cáritas Brasileira, recurso hídrico existe em cada estado do Nordeste, o que falta é o gerenciamento para a satisfação das necessidades da população. “Deveriam criar um plano de gestão que institua o manejo adequado, descentralizado e participativo.”, sugere. (Fonte JC On Line - Domingo, 19/08.07)

Um comentário:

MognoUrbano disse...
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